1 de maio
A notícia é “Bolsonaro também disse que não irá regulamentar uma emenda constitucional de 2014 que prevê a expropriação de propriedades onde foram identificados casos de trabalho escravo.”
Em breve veremos a esquerda toda apontando o dedo como se ninguém mais tivesse culpa nesse cartório.
2014 já é tarde demais pra uma coisa dessas. E Dilma teve tempo de sobra pra regulamentar isso. Qualquer desculpa em contrário é isso mesmo, uma desculpa.
Fala-se tanto da escravidão do século XIX e silencia-se muito sobre a escravidão em pleno século XXI, particulamente quando é em nosso país.
Esse assunto é muito mais urgente do qualquer sistema de cotas ou política identitária.
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3 de maio
Quando eu vejo alguém dizendo que Lula representa a mudança, meu coração chora.
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3 de maio
A deidade Ricardo Lewandoswki baseia uma decisão liminar em pequisa citada em um jornal e ainda se vê com moral de criticar outros magistrados. Esse é o nível do nosso Judiciário.
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6 de maio
Não se compara mortes. Cada um sente cada morte de forma diferente.
É no mínimo inadequado comparar a morte de Paulo Gustavo com os mortos na tragédia de Santa Catarina. Da mesma forma que não é adequado comparar mortos em um atentado terrorista em Paris com os mortos em um atentado terrorista na Nigéria.
Em regra, tais comparações são feitas com objetivos políticos e contexto ideológico. E isso é muito feio.
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7 de maio
A notícias é “A Câmara dos Deputados acelerou nas últimas semanas a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 5/2001 (PEC), que aumenta o número de representantes do Congresso dentro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), diminui o número de cadeiras indicadas pelo MP e faz com que o corregedor do órgão não precise, necessariamente, ser um integrante das carreiras do MP.”
Parabéns a todos aqueles que apoiaram o avanço contra a Lava-Jato para salvar o seu político de estimação. Vocês estão conseguindo garantir a perpetuação da impunidade da corrupção no Brasil.
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10 de maio
Já que a nossa esquerda está em plena campanha contra o voto nulo, é bom relembrar as sábias palavras de um amigo:
“Eu sou brasileiro, dependo como qualquer um das decisões políticas. Sofro com as decisões ruins, mas faz tempo que não vejo decisões boas. Não é o meu não voto que sustenta esse jogo político escroto no Brasil. O que sustenta isso é as pessoas aceitarem ser esse como o único jogo a jogar.”
Enfim, você não precisaria votar nulo no segundo turno se as pessoas escolhessem bem no primeiro turno. Quem faz campanha contra o voto nulo é justamente aquela pessoa que escolheu uma merda de candidato no primeiro turno.
Tudo se resume a uma única questão: ninguém deveria se contentar com o menos pior.
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11 de maio
Outro dia li uma pessoa dizendo que TODAS as mortes por Covid no Brasil poderiam ser evitadas.
Será que a pessoa sabe alguma coisa sobre a China que ninguém mais sabe?
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O vice-presidente do Flamengo declara que o clube continuará apolítico após fechar patrocínio com a Havan.
Tão apolítico como quando o presidente do clube foi puxar o saco do Bolsonaro em Brasília ou quando força medidas antiquarentena e pró aglomeração social.
O que mais me chama a atenção é o silêncio sepulcral das patrulhas políticas nessas horas.
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14 de maio
Morreu Jorge Picciani. Não farei nenhum comentário em respeito aos amigos e parentes.
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16 de maio
Quando Bruno Covas, torcedor do Santos, foi criticado ao ir à final da Libertadores com seu filho, respondeu dizendo que poderia não ter outra oportunidade de ir a um jogo com seu filho.
Depois de ver a foto dos dois juntos no hospital, não posso ficar nada além do que sinceramente triste com seu falecimento neste domingo.
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17 de maio
E há quem diga que a opção pelo centro é sinal de covardia ou conivência com um dos lados. Ao contrário, é a mais corajosa, pois se coloca como alvo de ambos os lados. Em anos de polarização, o alto do muro é o lugar mais arricado de se estar, longe do abrigo submisso a um dos lados do muro.
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21 de maio
Essa CPI tem todos os ingredientes que me fazem não assistir a uma série: roteiro forçado, diálogos mal escritos, atores ruins e um protagonista canastrão.
Fico lembrando dos deputados da nossa esquerda vociferando no Congresso contra o fato da votação do impeachment de Dilma ser presidida por Eduardo Cunha (que era, de direito, o presidente da Câmara). Mas nenhum deles parece se importar com uma CPI presidida por Renan Calheiros (que não tem porque estar lá).
Sempre dois pesos e…
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25 de maio
Ricardo Salles consegue derrubar coordenador da equipe de Paulo Guedes. Adivinhem quem é o Superministro do governo Bolsonaro?
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26 de maio
Claudia Leitte (ou sei lá quantos “Ts” ela tem) foi obrigada a se desculpar publicamente por ter sido vaga ao falar sobre suas indignações e não ter mencionado Bolsonaro ou o governo federal claramente.
Não adianta nada dizer que é contra o fascismo e adotar práticas totalitárias. No final, dá tudo no mesmo.